domingo, 28 de setembro de 2008

Paranóia

Every killer lives next door to someone


Imagine um filme normal, sem nada muito legal, é comum você encher um copo de coca cola, sentar no sofá pronto pra ver ele e antes que o enredo do filme comece você já bebeu tudo. Agora imagine um filme que, depois daquela "revelação final" que faz você respirar feliz, você olha pro lado e nota que só deu um gole no copo de coca cola, e vêm os créditos.

Logo no começo... Legal, pescaria com papai, voltando com o carro cheio de peixes, acidente automobilístico e pronto, se você não terminou de beber seu copo até aqui, só vai terminar quando ele estiver morno. Podemos classificar um suspense por quanto de refrigerante resta no seu copo quando o filme termina.

É claro que se você estivesse dirigindo o carro no acidente que matou seu pai você não iria ser insensivel quando falassem dele, ainda mais quando você é um adolescente que gosta de Ramones e The Clash, Kale (o personagem principal) enfia a mão na cara do professor de espanhol e pega três meses de prisão domiciliar por isso. "Ocupe-se com algo util para não ficar louco", conselho da policial. Ele começa a espionar os vizinhos.

Garota gostosa nadando, pai de familia que trai a mulher com a empregada, velho solteiro com um carro amassado. Natural. Noticiário que procura serial killer com um carro amassado. Aqui é aonde Kale desenvolve sua paranóia. Quando sua paranóia faz você desconfiar de algo que é certo, ela ainda se enquadra como paranóia?...

O ponto fraco do filme são as chaves de suspense clichês. Coisas do tipo, "ó, meu Deus, ele puxou uma faca... opz, foi só cortar o pão" que acontecem duas ou três vezes, e te lembram de beber a coca cola.

Vale a pena citar que a gostosa vira amiguinha, e ajuda a espionar o dito assassino.